O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse neste domingo (13) que vai determinar “imediatamente” que a pasta adote providências contra o filme “Como se tornar o pior aluno da escola”, lançado em outubro de 2017. O longa que tem Danilo Gentili e Fábio Porchat como atores, está sendo criticado por bolsonaristas, que associam as cenas à pedofilia. Anderson Torres classificou o filme como “asqueroso”.
O filme é transmitido pela Netflix e tem idade indicativa de 14 anos.
As declarações do ministro foram feitas pelo Twitter. “Assim que tomei conhecimento de detalhes asquerosos do filme ‘Como se tornar o pior aluno da escola’, atualmente em exibição na Netflix Brasil, determinei imediatamente que os vários setores do Ministério da Justiça adotem as providências cabíveis para o caso”, disse Anderson Torres.
O filme é baseado no livro de mesmo nome do apresentador Danilo Gentili, publicado em 2009. O longa aborda temas com objetivo de fazer críticas ao politicamente correto. O secretário especial da Cultura, Mario Frias, afirmou que a produção faz uma “explícita apologia ao abuso sexual infantil” e é uma afronta às famílias e crianças do Brasil. Disse ainda que a classificação etária do filme foi decidida em 2017.
O secretário afirmou ainda que tomará medidas cabíveis para que crianças não sejam “contaminadas por esse conteúdo sujo e imoral”. Ele ainda fez críticas à Fábio Porchat. “Por diversas vezes Porchat afirmou que não quer ser pai, chegou a dizer que ‘é um inferno ter filhos’, lamento, discordo, afinal, não existe algo mais sublime e grandioso do que a paternidade. O Porchat jamais vai entender q o maior crescimento de um homem vem com a paternidade. Se ele rejeita a paternidade é um direito dele, mas ele não tem o direito de desrespeitar a educação que foi dada aos filhos dos outros”, disse Mario Frias.
E concluiu: “Isso não é humor, não é liberdade de opinião e expressão. Isso é uma criminosa apologia à pedofilia que precisa ser denunciada e punida”.
Fabio Porchat não se manifestou pelas redes sociais sobre o tema. No Twitter, o apresentador Danilo Gentili disse que tem orgulho de desagradar com “mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista”.
BOLSONARISTAS CRITICAM FILME O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que pais precisam ficar “de olho” no que os filhos assistem na Netflix. “A esquerda queria passar estupro de vulneráveis de 14 para 12 anos. JB [Jair Bolsonaro] + cristãos impediram”, afirmou, em referência à idade indicativa do filme.
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse que o filme é “repugnante” e naturaliza a pedofilia “a fim de normalizá-la”. “Já informei ao Ministério da Família ao qual oficiarei, assim como denunciarei ao MP e solicitarei informações ao CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público] acerca dos procedimentos em curso”, declarou.
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